Lambedor
0000Voa Assum Preto, Patativa, traz um bocado de terra e mostra, que a vida pode ser um mar de rosas.
0000Fabiano levanta todo dia, bebe o café doce que acorda a alma e vê, diante de si, o destino traçado – peixe do mar verde para casa retorna. Ciclo fechado. Amém. Fabianos todos os dias a diáspora realizam, sístole-diástole: pau-de-arara, matula, Padim Ciço. Não crêem no destino já que não sabem ler. Têm a força e isso é tudo, fé.
0000Mãos duras de calejado dia, de um, dois, três, quinze toneladas. Ceifa de tempo, coifa de vida. No mar de cana doce, dezenas amargam a morte todo o ano. Bastiões, Antônios e Josés...cegos e presos a uma vida Severina, nada hermética ou Sebastianista. A vida não é ilusão, é: dura, seca e burra.
0000Alento ou salvação?! Absolutamente não. O “sinhôzinho” é herói da nação biosalvação. Modernidade e crescimento rimam com Dona Zefinha, suja de sangue e lama - escrava enfartada de mel. Entropia social. O café doce que estraçalha a alma.
0000Doce é o Senhor, o resto é bagaço.
0000As plantações avançam, desertos verdes e grandes queimadas, gringo quer ver – os milhões do etanol. Êita nós Severino, que pra gente só resta a pinga!
0000Voa Assum Preto, traz um bocado de terra e mostra, que a vida pode ser um mar de rosas. Traz, porque Severino já não acredita mais no doce que a vida faz.
Baseado no tema "Ouro verde do nordeste".
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